Em minhas andanças
por aí,um certo dia cheguei em um vilarejo pequeno e distante a beira da
rodovia principal...
Ninguém sabe como
começou as construções daquelas casas ali,naquele fim de mundo.
O dia ia pela
metade quando ali cheguei,estava faminto e sedento,pois havia horas que nada
tinha em meu estômago.Minhas roupas,ainda que surradas e de cores incertas,estavam(eu
acho) limpas...
Entrei na única
lanchonete que havia,ela se situava na beira da rodovia e era ponto de parada
para muitos caminhoneiros.Sentei em uma mesa e fiz o meu pedido,no que fui
prontamente atendido e quando estava comendo,entra uma senhor de idade
indefinida,por causa das marcas profundas em seu rosto...Suas roupas estavam
sujas,rasgadas em alguns pontos,barba enorme por fazer,mas estava limpo.
Se sentou e fez o
pedido.O própio dono o foi servir e ao fazer isso, sentou em sua mesa e ficaram
conversando e eu,a tudo assistia do meu canto.
Quando o andarilho acabou de se alimentar,perguntou quanto
estava devendo,no que o dono disse que era por conta da casa.Ele
agradeceu,pegou as suas coisas e foi saindo da lanchonete...Eu também havia terminado
e deixei o dinheiro na mesa.
O dono da
lanchonete seguiu o andarilho até lá
fora e eu também fui em seguida;ele disse adeus e se foi em direção ao sul,pela
estrada,andando a pé,como eu estava fazendo à muito tempo...Olhei para o dono
como a perguntar o que era aquilo que acabava de presenciar.Era algo que me
emocionou como aquele senhor fora tratado naquela lanchonete.Atitudes tão
difícieis de se ver hoje em dia...
Ele,como a adivinhar
o que queria perguntar,foi logo dizendo que aquele homem era freguês dele à
muito tempo e que ele conhecia a história dele...Eu quis saber e ele me contou
que aquele andarilho quis ser um homem bom,bom filho,bom marido,bom pai,bom
amigo...Mas,nem sempre as coisas sairam como ele desejou e um dia ele se perdeu...E nunca mais se
encontrou...Dizia que morreu prá vida,que
morreu pro mundo...
Voltei-me para o
andarilho que já estava distante,quase chegando em uma curva da estrada e fixei
meus olhos nele e duas lágrimas rolaram dos meus olhos...Fiquei olhando até ele
sumir ao longe,naquela curva.O dono da lanchonete vendo minha emoção naquele
instante,me perguntou o porque daquelas lágrimas,se nem ao menos o conhecia...
Peguei a minha
mochila,coloquei-a em minhas costas,agradeci a acolhida e ao seguir andando na
mesma direção em que aquele homem havia sumido,virei-me e olhando prá
ele,respondi:Há muito tempo eu me perdi
e nunca mais me encontrei...Eu sou igual àquele homem...!”
23/03/2011
Nilo Mendes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigado Simone por seu carinho expresso neste comentário.Fico feliz ao saber que o que escrevo te faz bem.Escrever é fácil,difícil é se expor como eu faço,ao escrever uma crônica.
ResponderExcluirMas eu me realizo em cada história que formalizo em minha cabeça e que consigo passar para o papel...É como se eu tivesse o poder de fazer dar certo,tudo o que deu de errado em minha vida...
encantada , só uma pessoa especial tem tanta sensibilidade.. vc tem! o poder ,pois é um poeta ... beijos meu amigo!!
ResponderExcluirObrigado Rosângela!Esta crônica tem como meta visualizar de uma maneira sutil,que cada andarilho que encontramos neste mundo,tem uma história melhor do que a nossa!Apenas a sorte não lhes sorri,como sorria antes...
ResponderExcluirLembre-se sempre que a sua situação atual não é o seu destino final.
ResponderExcluirO melhor ainda está por vir.